quarta-feira, 23 de abril de 2025

Diz a lenda que, se você ficar cara a cara com seu sósia, isso é um presságio ou aviso de morte

  Diz a lenda que, se você ficar cara a cara com seu sósia, isso é um presságio ou aviso de morte — tanto para você quanto para seu gêmeo. Por isso, se vir uma réplica sua, corra para salvar sua vida. Se continuar vendo seu sósia, é provável que seus dias estejam contados, pois em breve você verá sua morte.

  Existem muitas histórias sobre encontros com sósias, nenhuma delas agradável. Muitas vezes, uma pessoa não vê seu próprio sósia, mas outra pessoa vê. Você consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo? Não, mas é uma sensação muito estranha quando alguém que te conhece muito bem insiste que te viu há apenas trinta minutos — e você não estava por perto. Imagine isso acontecendo repetidamente e você logo enlouquecerá.

  Daí o mito de que um sósia precederá a chegada da pessoa real. Muitas histórias que explicam suas experiências com essas aparições têm isso em comum. Talvez ele esteja um passo à sua frente?

  Alex enviou uma história convincente no ano passado, pouco antes do Halloween. Ele descreve alguns incidentes perturbadores, mas não tinha ideia da causa. A história foi editada apenas por questões gramaticais e publicada com o título "O Imitador do Cemitério" (disponível neste link). Lauryl escreve algumas semanas depois, afirmando que acredita que a história retrata encontros repetidos com um sósia.

  Então, sósias realmente existem ou é apenas uma lenda urbana assustadora? É improvável que você acredite se nunca teve uma experiência com uma. Se Alex realmente tem uma é apenas especulação. A história soa verdadeira, mas Alex provavelmente não corre perigo algum, pois não há provas sólidas de sósias ou de alguém que tenha encontrado a morte após ver a sua própria. De qualquer forma, a lenda continua viva.


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  História publicada no 4chan em 6 de julho de 2007 por um usuário anônimo.


#thecemeterymimic #doppelgänger #sósia #mistériosdainternet #micropasta #creepypasta #4chan

quarta-feira, 16 de abril de 2025

O Imitador do Cemitério

  Há um cemitério profanado nos arredores de Ciudad Juárez, no México, a cidade onde nasci. Pessoas que não têm condições de pagar serviços funerários costumam enterrar seus entes queridos aqui. No México, não existe assistência médica para trabalhadores de baixa renda. Pessoas que vêm de fora da cidade não estão acostumadas com as constantes mudanças climáticas e, como consequência, muitas crianças morrem no inverno e acabam enterradas no antigo cemitério.

  Quando eu tinha uns dez anos, quatro amigos mais velhos e eu decidimos dar uma olhada. Caminhamos por horas e, quando finalmente chegamos, já estava quase escuro. Começamos a andar e nada parecia fora do lugar. O ar estava ficando muito pesado e ouvimos um barulho estranho vindo de uma árvore velha e podre. Ao nos aproximarmos, a árvore começou a tremer. Todos nós ficamos com muito medo e corremos. Mais tarde, descobrimos que era um dos nossos amigos pregando uma peça na gente.

  Estávamos rindo quando, de repente, o velho coveiro apareceu. Ele disse: "Rapazes, eu sei que vocês estão aqui só para se divertir, mas, por favor, entendam que coisas horríveis acontecem aqui! Eu moro naquela casa ali (a uns 30 metros do cemitério), e toda noite que aqueles punks do colégio vêm, bebem e fazem bagunça, coisas estranhas começam a acontecer. Da última vez, houveram vozes altas e alguém bateu na minha porta às 2 da manhã. Pensei que fossem aqueles punks, mas não havia ninguém lá. Estou muito cansado e gostaria muito de dormir esta noite, então, se vocês não têm nada para fazer aqui, por favor, saiam." Sentimos pena do pobre velhinho e fomos embora.

  Só voltamos àquele lugar quando eu tinha dezessete anos. Eu estava com meus amigos punks do ensino médio em uma caminhonete, procurando o antigo cemitério. Depois de dez anos, o lugar tinha mudado bastante e estávamos com dificuldade para encontrá-lo. A trilha estava molhada e lamacenta, e éramos tantos que a caminhonete atolou. Quando saímos da caminhonete, logo descobrimos que estávamos dentro do cemitério.

  Meu amigo deixou a caminhonete em ponto morto para que pudéssemos empurrá-la, quando de repente ela começou a se mover sozinha. Depois que vimos isso, ficamos com tanto medo que simplesmente entramos no veículo e partimos. Quando finalmente decidimos parar, notamos que a caminhonete estava manchada com pequenas marcas de pés e mãos por todo o corpo. Então, o coveiro apareceu e disse: "Eu me lembro de você, você não entende o que está acontecendo, entende? Os espíritos vão te perseguir por um longo tempo."

  Eu realmente não prestei muita atenção ao que ele disse até descobrir mais tarde que não havia nenhum coveiro lá há anos. Fiquei realmente apavorado quando meus amigos começaram a me dizer que eu parecia diferente. Disseram que me encontravam e que eu tinha um olhar perturbador e "maligno" nos olhos. O mais estranho é que eu nunca estava no local e na hora em que eles diziam que me viram.

  Um dos meus amigos disse que me perseguiu até um beco sem saída e que eu simplesmente desapareci sem deixar rastros. Até minha namorada disse que às vezes me via perto da casa dela, vestido de preto, com um olhar perturbador, quando na verdade eu estava bebendo em algum lugar, com outra pessoa.

  Minha irmã diz que de vez em quando me ouve quando chegando em casa e entrando na sala com a luz apagada. Ela me via deitado no sofá do outro lado do corredor e, de repente, eu começava a rasgar as roupas como um animal selvagem. Quando ela acendia a luz, não havia ninguém lá. Horas depois, eu chegava em casa, deixava as chaves na mesa e ia para o meu quarto. Tudo isso acontecia como se alguém, ou alguma coisa, estivesse me imitando — como uma sósia.

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  Esta história supostamente foi publicada em 2007 por um indivíduo chamado Alex. Ela foi referenciada em outra creepypasta, a qual falava sobre o mau presságio que recai sobre quem encontra o próprio sósia.

#thecemeterymimic #doppelgänger #lendasurbanas #4chan #misteriosdainternet

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Horror analógico e horror digital

    Horror analógico (ou analog horror) é um subgênero do terror que surgiu na internet e vêm ganhando espaço nos últimos anos. Trata-se principalmente de vídeos feitos para simular tecnologias analógicas, como fitas VHS e parabólica, a fim de gerar medo por meio de suas falhas, chuviscos, e baixa resolução. 
  Geralmente trazem uma história macabra de fundo que pode ser ambientada entre o final dos anos 70 e o começo dos anos 2000, e daí o motivo de tratarmos deste assunto. Afinal, a década de 2000 foi a transição do mundo analógico para o digital, sendo também cenário para contos de horror que se utilizem da estranheza e do mistério provocados por estes eletrônicos já desatualizados.
  Para que tenham uma ideia mais clara, o vídeo abaixo (créditos: VibingLeaf) ilustra bem a ideia, tratando-se da repaginada de uma antiga creepypasta com influências do formato VHS, algo bem comum para produções do gênero.


    Por outro lado, existe o horror digital. Este parte do mesmo princípio, mas se utilizando de tecnologias do começo da era digital, geralmente sendo ambientado nos anos 2000 ou no início da era digital. Os recursos incluem filmagens de câmera digital, DVDs, vídeos editados no Movie Maker do Windows XP, resolução 480p ou inferior, WordArt, entre outras características relacionadas.





quarta-feira, 2 de abril de 2025

Hachishakusama : TERROR Japonês


  Hachishakusama é uma personagem do folclore japonês. Trata-se uma mulher de 2,4 metros que gosta de aterrorizar crianças. Em 26 de agosto de 2008, um usuário chamado "VFtYjtRn0" escreveu um estranho relato no 2chan, fórum japonês, o qual envolve esta criatura.


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  Esta história se passa há 10 anos, em 1998. A casa da família do meu pai ficava a pouco menos de duas horas de carro de onde morávamos, uma pequena vila cercada por terras agrícolas. Eu costumava ficar com meus avós durante as férias de verão e de inverno da escola, e eles sempre ficavam felizes em brincar comigo... mas a última vez que os visitei foi há mais de dez anos, quando eu ainda estava no terceiro ano do ensino médio. Era feriado de primavera e eu tinha sido convidado para visitar; e como o tempo estava bom, fui de bicicleta até a casa deles.

  Depois que cheguei lá, eu estava com um pouco de frio, então me estiquei por um momento em um lugar quente e ensolarado fora da estrada. Então ouvi algo estranho...

“Popo, Popoppo, Po, pop...” (onomatopeia japonesa, geralmente associada a golpes, socos)

  Não era um ruído mecânico. Parecia estranho... mas humano. Olhei em volta para ver de onde vinha o barulho e vi um chapéu branco espreitando por cima da cerca viva. O chapéu se moveu para uma abertura na cerca viva, quando pude ver que estava sendo usado por uma mulher com um vestido branco. Ela tinha que ser alta, afinal a cerca viva tinha mais de dois metros de altura. Antes que eu pudesse realmente pensar nisso, a mulher se foi, aparentemente desapareceu. O som estranho também se foi. No momento, eu apenas imaginei que a altura aparente da pessoa se devia ao uso de sapatos de salto muito altos ou que era um homem vestido como uma mulher. Estranho, mas era só isso.

  Um pouco mais tarde, enquanto tomava chá com meus avós, mencionei a pessoa estranha que tinha visto... mas quando citei o estranho barulho "po, po, po"; meus avós entraram em pânico. De repente, meu avô me encheu de perguntas: "quando você viu isso?!", "quanto mais alto que a cerca?!", "Ela VIU você?!". Respondi tão rápido quanto ele perguntou, então ele correu para o telefone no corredor, fechando a porta de correr para que eu não pudesse ouvir a chamada. O quarto ficou subitamente muito silencioso. Vovó sorriu um pouco, mas estava tremendo por algum motivo. Meu avô logo voltou e me disse que eu passaria a noite com eles. Tive que admitir que não entendi o motivo da confusão e perguntei o que havia de tão ruim na mulher estranha. O vô disse "Vovó pode te contar". Ele então olhou para ela e disse que ia encontrar alguém chamado "K-san" (Sr. ou Sra. K) e então foi embora.

  Com uma voz claramente trêmula ela disse: "Parece que Hachishakusama se interessou por você... mas não devemos nos preocupar. Vovô está tomando providências". A avó então me contou, aos poucos, que aquela mulher não era uma pessoa, mas uma espécie de monstro, chamada Hachishakusama por causa de sua altura... 8 shaku [pé japonês, cerca de 11,9 polegadas] de altura, então: "hachi" [8] "shaku" [pé] "sama" [pessoa]. Sua aparência podia mudar um pouco — às vezes jovem, às vezes velha — mas ela sempre seria anormalmente alta com uma uma risada sinistra... "Po Po Po".

  Uma vez que Hachishakusama se interessava por uma pessoa, ela era caçada até a morte em apenas alguns dias. A última vítima conhecida havia morrido quinze anos antes.

  Soube mais tarde que Hachishakusama supostamente estava presa em um santuário perto da vila, tendo sido selada por quatro estátuas de Jizo, uma divindade protetora de crianças, cada uma colocada ao norte, sul, leste e oeste da estrutura. A vila tinha algum tipo de acordo com as vilas vizinhas, no qual eles recebiam algumas vantagens para compensar o fato de que tinham que vigiar o monstro... por exemplo, eles tinham prioridade no uso da água. Como já fazia mais de uma dúzia de anos desde que a criatura matou alguém, me pergunto se os velhos nessas vilas achavam que ainda era um bom acordo.

  Na época, eu não conseguia acreditar no que estava sendo dito, é claro; mas então o vovô voltou com uma senhora muito velha. K-san, a qual me entregou um pequeno amuleto de papel e me disse para segurá-lo. Então ela e meu avô subiram as escadas. Enquanto eles estavam lá em cima, tentei ir até o banheiro... mas minha avó não me deixou ir sozinho, e ela insistiu em manter a porta aberta e de olho em mim enquanto eu usava as instalações. Foi quando comecei a realmente entender o quão séria meus avós achavam que a situação era.

  Logo fui levado para o andar de cima, para um quarto. A única janela estava coberta com jornal. Em cada canto havia uma pequena pilha de Morishio — sal sagrado — e eles também tinham montada uma pequena caixa de madeira com uma estátua de Buda. Disseram-me que eu teria que ficar no quarto até as sete horas da manhã seguinte, e que eu não poderia sair de jeito nenhum (eles me deram um balde, caso eu precisasse). O vô deixou claro que nem ele nem a vovó falariam comigo até as sete da manhã seguinte. K-san me disse para manter o amuleto comigo, e para rezar ao Buda se eu ficar assustado. 

  Eu tinha uma cama e uma TV no quarto. A vovó tinha deixado lanches para mim. Tentei assistir um pouco de TV, mas não consegui prestar atenção. Eu também não estava com fome. Então, eu apenas deitei na cama, enrolado nos lençóis, e finalmente adormeci porque a próxima coisa que eu lembro foi de acordar com um programa de TV tarde da noite. Meu relógio dizia que era por volta de 1 da manhã e eu estava ficando um pouco deprimido, pensando "que hora ótima para acordar", quando...

  “Tak Tak”

  Ouvi uma batida na janela.

  Não era como o som de galhos batendo na janela ou pedras sendo atiradas nela, parecia uma batida de mão, apesar do fato de eu estar no segundo andar. Senti o sangue drenando da minha cabeça e tentei desesperadamente me animar, dizendo a mim mesmo que era o vento pregando peças. Tomei um gole de chá, mas não ajudou. Então aumentei o volume da TV e me forcei a assistir. 

  Foi então que ouvi o vovô me chamando. "Ei, você está bem? Se você está realmente com medo, não precisa se esforçar, sabia?" 

  Corri instintivamente para a porta, mas no último momento me lembrei do que o vovô disse e me impedi de mover o lacre.

  O vô falou comigo novamente, dizendo: "O que você está fazendo? Você pode abrir agora". 

  Parecia o meu avô, mas de alguma forma, era diferente. Eu não conseguia dizer como, mas eu simplesmente sabia. 

  Quando olhei para a esquerda, um arrepio percorreu minha espinha — o sal estava escurecendo lentamente. 

  A voz do vovô continuou a ecoar na sala, mas ele só repetiu as mesmas falas: "Ei, você está bem? Se você está realmente com medo, não precisa se esforçar, sabe?", "O que você está fazendo? Pode abrir agora".

  Eu ainda esperava que fosse o vovô e não conseguia me mover da frente da porta quando as falas começaram a ficar distorcidas.

 "Ei, você está bem? Se você não precisa se esforçar, sabe?"

 "O ​​que você está? Pode abrir"

 “Ei, você está bem? Pode abrir se não tiver que se esforçar.”

 “Você está certo? Pode abrir se tiver que se esforçar”

 “Po”

  O som me fez correr direto para a figura de Buda, e eu segurei firmemente o amuleto enquanto orava desesperadamente.

  Quando comecei a orar, a voz aumentou, “Poppopo, po, popo…”, e as batidas na janela recomeçaram.

  Quando imaginei "aquilo" levantando a mão e batendo na janela, o medo tomou conta de mim, e eu estava meio chorando, meio rezando pelo resto da longa noite. Pareceu uma eternidade, mas inacreditavelmente, a manhã chegou, e quando finalmente me acalmei, o noticiário da manhã estava passando e a TV mostrava que eram 7:30. Não me lembro quando os sons pararam, então deduzi que de alguma forma adormeci ou perdi a consciência durante a noite. Quando me arrastei até o canto do quarto, vi que o sal tinha ficado quase completamente preto. 

  Tentei ignorar. Era muito persistente. Tomei um chá e um lanche, e aumentei o volume da TV para abafar as batidas. Então ouvi o vovô chamar do corredor: "Você está bem? Não tem problema sair se estiver com muito medo." Fui para a porta automaticamente, mas me contive quando me lembrei de quão insistente o vovô tinha sido para não falar comigo até as sete. Novamente o ouvi: "Está tudo bem, venha aqui." Eu queria que fosse a voz do meu avô... mas de alguma forma não era. De repente, fiquei arrepiado; então notei o sal no canto. Estava ficando mais escuro.

  Eu me abaixei na frente do Buda, segurando o amuleto com as duas mãos, e comecei a rezar por ajuda. “Popoppo, Po, Popo…” As batidas na janela começaram de novo, mais altas do que antes, mais insistentes. Então uma mão definitivamente bateu na janela… apesar do fato de eu estar no segundo andar. Eu fiz a única coisa que podia; continuei rezando para Buda.

  Foi uma noite longa. Realmente não me lembro de muita coisa além de rezar até ouvir as notícias na TV. Olhei para o lado e o relógio da manhã na tela do noticiário mostrou que eram 7h13.  As batidas pararam. A voz sumiu. O sal nos cantos estava quase preto. Abri a porta com cuidado. Vovó e K-san, ambas parecendo preocupadas, estavam lá. Minha avó, em lágrimas, me disse que as coisas ficariam bem.

  Lá embaixo, encontrei meu pai esperando. O avô chegou de fora, e precisávamos ir embora... lá fora, encontrei vários homens parados perto de uma van. O carro do meu avô estava na frente da van, e o do meu pai estava atrás. Eu estava sentado no meio da van com oito homens sentados ao meu redor; um de cada lado, e então três na frente e três atrás. Mais um homem sentou no banco do motorista, e K-san sentou no lado do passageiro da frente. Disseram-me para manter meus olhos fechados e meu rosto voltado para baixo. "Você é o único que pode ver Hachishakusama... não olhe para ela!"

  Nosso comboio começou, devagar no começo. Acho que não tínhamos viajado nem 20 quilômetros antes de K-san nos avisar que as coisas estavam prestes a ficar difíceis... então ela começou a cantar frases que soavam budistas. E então ouvi a risada de novo: " Poppopo, Po, pop, Popopo... " Agarrei o pingente no peito e mantive a cabeça baixa, mas não resisti a uma rápida espiada na janela.

  Um vestido branco surgiu na minha visão, e eu vi que "ela" estava se movendo com a van. Suas pernas longas permitiam que ele acompanhasse o ritmo, mas sua altura me impedia de ver seu rosto pela janela. Eu ainda estava olhando quando "ela" começou a se abaixar, tentando olhar para dentro da van.

   Ela me hipnotizou, e embora todos os alarmes do meu corpo estivessem disparando, eu não conseguia fechar os olhos.

   Ela estava se abaixando lentamente, e eu podia ver seus ombros e pescoço esguios que pareciam pertencer a uma mulher esguia. Ela se abaixou ainda mais, permitindo-me ver o topo de sua cabeça, e com o lindo cabelo preto sedoso, eu inacreditavelmente fiquei ansioso para ver seu rosto.

  Até que ela levantou a cabeça.

  Os olhos. Os dois buracos negros onde os olhos deveriam estar encheram minha mente de Medo.

  O medo era tão grande que meu corpo ficou entorpecido, ignorando completamente todos os sinais do meu cérebro para desviar o olhar.

  Seu rosto lentamente se aproximou da janela e, quando estava prestes a tocar no carro, o homem na casa dos cinquenta anos viu meus olhos abertos e gritou:

  “FECHE OS OLHOS AGORA MESMO”

  Embora ninguém mais pudesse ver Hachishakusama, todos ouviram o que aconteceu em seguida: as batidas. Não sei como, mas as batidas começaram em todas as janelas da van, todas ao mesmo tempo. Não sei quanto tempo duraram, mas, com o tempo, diminuíram. K-san também havia parado de cantar naquele momento e, finalmente, disse que sentia que agora estávamos seguros, então todos os carros pararam. Meu pai e meu avô agradeceram a todos os homens que ajudaram, os quais também eram da família. Vovô e K-san esperavam confundir Hachishakusama cercando-me com muitas pessoas da mesma linhagem. Por isso tive que passar a noite em casa, enquanto o vô reunia os parentes. Além disso, ele considerou mais seguro tentar escapar durante o dia do que à noite.

        K-san me pediu para mostrar a ela o amuleto que eu tinha esquecido que ainda estava segurando; ele tinha ficado quase todo preto. K-san comentou "deve estar tudo bem agora, mas só por precaução..."; e com isso ela me entregou um novo amuleto para segurar até eu chegar em casa. Meu dirigiu no restante do trajeto. Durante a viagem, ele me disse que um de seus amigos quando ele era jovem tinha sido levado por Hachishakusama. O vô e os vizinhos devolveram minha bicicleta mais tarde. Algum tempo depois, enquanto falava com meu avô pelo telefone, confirmei com ele que não era sua voz que ouvi do lado de fora do quarto naquela noite ( o que me arrepiou novamente ). Hachishakusama tem como alvo adolescentes e crianças...então se o monstro fala com a voz de um parente familiar, a vítima normalmente viria até ele de boa vontade.

  Como eu disse no começo, já faz mais de 10 anos que isso aconteceu, mas a história não terminou aí. Em vez disso, a história teve um epílogo horrível há pouco tempo. Minha avó ligou alguns dias atrás. (Vovô morreu há 2 anos, mas não me permitiram visitá-lo em seu último suspiro nem comparecer ao seu funeral)

   Ela me disse que "O jizou que foi usado para selar Hachishakusama foi quebrado por alguém (algo comum no Japão). Além disso, a estátua quebrada estava olhando para o leste, a direção da sua casa"

    Tento dizer a mim mesmo que tudo não passa de superstição, ouque  talvez tudo fosse apenas um sonho... mas às vezes ainda ouço aquela voz chamando: “ Popopo… ”


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Fonte:

https://awizardslibrary.com/your-stories/japanese-horror-stories-1/

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quarta-feira, 26 de março de 2025

USER - terror

  Uma garota conversa com seu psiquiatra sobre os estranhos acontecimentos que ocorreram após encontrar um computador antigo. Esta é a sinopse de "USER", um curta de terror que mistura a nostalgia e os perigos da era digital, da interação entre humano e tecnologia. No final das contas, quem está usando quem?



quarta-feira, 19 de março de 2025

NÃO clique aqui

 

  É sério, não clique aqui...


    Para quem não entendeu, o vídeo acima é a mais antiga aparição do mascote do blog. Na verdade, o macaco já havia estreado em um vídeo de 2014, o qual originou este blog. O vídeo foi excluído porque era de tão baixa qualidade quanto este, mas vale a curiosidade.
    A propósito, se inscreva no canal da Café Vídeo e acompanhe nossos vídeos de terror. 

quarta-feira, 12 de março de 2025

O Incidente Naruto

  Em 2008, o anime Naruto estava em seu auge no Brasil, época em que era exibido pelo SBT. Era uma verdadeira febre, muito graças a essa transmissão em TV aberta. Porém, já havia um ano de hiato, tendo em vista que o programa era exibido diariamente. Hiato este que só seria interrompido com a estreia da terceira temporada em março de 2009.

  O que ninguém esperava era que um suposto episódio inédito iria passar no canal de forma aleatória, em algum dia perdido de 2008. Mas este não seria um episódio comum, mais parecendo uma versão mal editada com cenas que ainda não haviam estreado. De começo, parecia que a fita do SBT estava com algum tipo de defeito. A abertura foi exibida com algumas falhas, mas nada que realmente atrapalhasse.

  O episódio inicia com o terceiro Hokage na luta que teve contra Orochimaru no Arco de Invasão de Konoha. Tudo estava em japonês, e sem legenda ainda por cima. Parecia que alguém tinha invadido a programação da emissora e colocado um episódio diretamente da internet. Enfim, após o Terceiro Hogake morrer e cair no chão, o som ficou inesperadamente mais alto. A tela cortou para preto, e assim ficou por alguns segundos.

  De repente, o olho de Itachi apareceu na tela. Ele abriu, e era possível ver que este estava vermelho sangue. Ouço a voz do Uchiha dizendo "Mangekyo Sharingan!", ou algo do tipo. E com isso, a noite, se tornou alaranjando, e as nuvens passaram a se mover rapidamente. Parecia que tudo estava com algum tipo de filtro negativo.

  A cena muda para um local que não consegui identificar, ao que parece era uma vista de algumas casas na Vila da Folha. Hiruzen olhava para o horizonte, parecia sério e preocupado, talvez até deprimido. O cenário estava todo avermelhado, combinando com sua vestimenta de Hogake. Esta iluminação me perturbava de alguma forma, parecia algo mais amedrontador que o esquema de cores padrão. Talvez pela má qualidade da fita, mas seja como for, me perturbava. E para piorar esta atmosfera sangrenta, se soma o fato de esta cena não passava nunca. Foram longos segundos de praticamente nada.

  Alguns flashbacks foram jogados na tela, como se o Hokage estivesse se recordando de algo. Podia se ver o massacre da Vila Uchiha, mas não exatamente da forma que eu lembrava. Não havia a típica trilha do anime, e no lugar era reproduzido um áudio invertido. O flashback terminava com Itachi caminhando ameaçadoramente em direção à tela.

  Após mais uma longa espera com o Hokage olhando seriamente para a paisagem, inesperadamente Itachi apareceu atrás dele. A cena cortou rapidamente para um fundo preto. A esta altura, todo este episódio mais parecia um sonho do que realidade. A forma como os acontecimentos se desencadeavam, quase que aleatoriamente, conferiam uma atmosfera onírica a toda situação.

  Vários olhos com Sharingan apareceram em meio ao fundo preto, girando indefinidamente. A cena cortou para um céu alaranjado com várias nuvens passando rapidamente. E como se isto já não fosse desconfortável o bastante, a imagem enegrecida do Terceiro Hokage surgiu, olhando reto, quase encarando a quarta parede, mas com a cabeça um pouco abaixada. A sua imagem era tão escura que quase parecia uma silhueta. Seu olhar mal podia ser visto, e transmitia um ar deprimido.

                                     

  Uma voz masculina grave podia ser ouvida, e dizia coisas incompreensíveis. Acredito que estavam em japonês. Após mais algumas falhas, a imagem novamente sumiu. Desta vez, o episódio havia sido interrompido. Podia se ver o retorno ao Bom Dia e Cia, com Yudi e Priscila agindo normalmente, como se nada tivesse acontecido. Após a transmissão congelar mais uma vez, desliguei a televisão.

  Estranhamente, nunca mais vi nenhuma menção a isto. Nenhum conhecido, usuário de internet, ou qualquer outro que seja, conseguem se recordar do que relatei, como se realmente nunca tivesse ocorrido.

  Quer dizer, quase ninguém. Ao pesquisar em fóruns da época, encontrei alguém que confirmou minha história, inclusive alegando que sabia o significado das últimas falas do episódio. De acordo com ele, se tratava de uma voz semelhante à voz original do Itachi, esta dizendo o seguinte: "Você não está morto, viverá para sempre em meus pesadelos. Você foi chamado deus dos shinobis, agora eu serei seu deus pela eternidade".

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