quarta-feira, 14 de maio de 2025

Lendas e rituais do 4chan

Fonte da imagem: https://gavthorpe.co.uk/old-book/

    Há uma tenda em um circo itinerante na Índia. Dentro dessa tenda há um homem especialista em pôquer; você o reconhece porque ele sempre aposta exatamente 2 dólares e 31 centavos. Se você vencê-lo após 3 rodadas, ele apostará sua alma na quarta rodada. Ninguém jamais venceu esse homem na quarta rodada, e se você perder... você nem vai querer saber.

-----------------

    Há um momento em cada ano bissexto, exatamente às três e três da manhã de 29 de fevereiro. Se você tiver coragem, aguarde esse momento em um quarto escuro, sem ninguém presente. Nesse momento, a escuridão se aprofundará. Se você colocasse sua mão diretamente diante do rosto, não veria nada. Mas não deve fazer isso. Não, pois isso seria desperdiçar o momento. Em vez disso, você deve estender a mão para dentro dessa escuridão impenetrável.

    E ela se estenderá para você.

    Uma mão invisível agarrará a sua. Você não deve recuar, nem apertar o aperto. Fazer isso apenas removerá mais da carne decrépita que a cobre e irritará seu dono invisível. Permaneça perfeitamente imóvel, enquanto os dedos murchos se movem sobre sua palma, traçando padrões desconhecidos. Não se mova um centímetro enquanto ela rasteja lentamente pelo seu braço. E acima de tudo, nem respire enquanto ela acaricia seu rosto, tocando o que não pode ser visto.

    Se você permanecer imóvel durante isso, a mão se afastará e uma voz falará, tão perto que você poderá sentir seu hálito em seu rosto, sentir o cheiro de decomposição que ela carrega. Ela pedirá uma informação simples: seu nome. Responda com sinceridade. Responda com sinceridade, e a presença se retirará, deixando apenas um sussurro no ar enquanto a escuridão se dissipa. "Está feito."

    Daquele dia em diante, uma fortuna incalculável será sua, e um poder misterioso. Nada lhe faltará e você terá tudo. Mas em um ano, talvez dois, você sentirá sua pele começar a se deteriorar e sentirá o doce aroma da morte em seu hálito...

-----------------

    Na margem leste do rio Susquehana, em algum lugar no centro da Pensilvânia, há um pequeno pedaço de terra onde nenhuma planta cresce. Na hora certa do dia, na época certa do ano, o sol brilha diretamente sobre esse local. Se você estiver lá precisamente neste horário, um redemoinho no rio aparecerá, revelando uma armadilha que leva a um sistema de túneis idênticos. Se você conseguir navegar pelo labirinto de túneis, você se verá de bruços em um beco atrás de um pub irlandês chamado Kelley's, nos arredores de Boston, sem nenhuma lembrança de como chegou lá. No seu bolso, você encontrará uma agenda. Eventos importantes do futuro são descritos nela, mas em ordem aleatória e sem datas.

-----------------

    Em algum lugar em Ohio, há uma máquina de refrigerantes. Porém, dentro das latas refri você encontra o sangue gelado e gaseificado de pessoas que desaparecem nas estradas no meio da noite. Ela não aceita dinheiro em espécie, apesar de ter o aparato necessário.

    Nas colinas que cercam a cidade de Bodega Bay, na Califórnia, há uma árvore, situada bem na curva de duas colinas. Espalhadas a 10 passos ao redor dela, há 7 diferentes fontes de água doce.

    Dizem que uma delas cura qualquer doença, outra concede vida imortal, 4 matam você instantaneamente e fazem seu corpo se dissolver em pó.

    Mas a última fonte é especial. Se você engarrafar água desta e levá-la para uma pequena caverna escondida nas colinas ao norte da árvore, encontrará uma única pedra grande no fundo da caverna.

    Se você jogar água na pedra, ela se dissolverá, deixando para você uma pedra vermelha do tamanho de uma bola de beisebol. Enquanto você tiver esta pedra em sua posse, você sempre estará no lugar certo na hora certa.

    Se você derramar água de qualquer uma das outras 6 fontes na rocha, a caverna se fechará e você ficará perdido para sempre sob a terra.

-----------------

    Há uma pequena ilha no Mar Mediterrâneo que não aparece em nenhum mapa. Ela não pode ser vista de nenhuma outra ilha, nem qualquer outra terra pode ser vista dela. Nesta ilha há um farol, apodrecendo pela idade e pela água do mar, que nunca é aceso. Não há nada dentro dele, exceto por uma escada em espiral que leva ao topo e uma estante antiga e empoeirada.

    A estante está cheia de livros sem marcas, encadernados em couro antigo, exceto por um único espaço. Se você remover um livro da prateleira, ele se abrirá em suas mãos, e as palavras inscritas nele começarão a gritar para o ar. Você deve lutar para fechar o livro e empurrá-lo de volta para a prateleira, ou o mal imortal contido em suas páginas se libertará, e você será forçado a tomar seu lugar, com páginas, tinta e encadernação feitas de sua própria carne e sangue.

    No entanto, se você trouxer o livro correto para a ilha e colocá-lo no espaço vazio, o farol se acenderá. Enquanto estiver aceso, o mundo desfrutará de um paraíso sem fim, pois todo o mal do mundo estará contido no farol. E enquanto estiver aceso, nada poderá entrar ou sair.

    O único problema: você ficará preso por toda a eternidade com todo o mal já conhecido ou concebido, pelo homem. E a única maneira de escapar é apagar a luz.

-----------------

Estas copypastas / creepypastas foram postadas no 4chan em 6 de julho de 2007.

Fonte: https://web.archive.org/web/20111207000647/https://chanarchive.org/4chan/b/257/creepypasta#32093062

#creepypastas #4chan #creepypastasdo4chan #mistériosdo4chan #lendasurbanas #mensagenssubliminares #teoriasdaconspiração #curiosidades

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Creepypastas do 4chan

   Há um cinema no centro de Phoenix, Arizona, que só exibe filmes de 1987. Se você pagar 3 ingressos e comprar uma pipoca grande, eles exibirão um filme que mostra o seu futuro. Se você assistir ao filme inteiro, terá problemas de sono pelo resto da vida.

-----------------

     Existe um demônio de grande maldade que será capaz de andar sobre a Terra se alguém souber de sua existência e não repetir o nome para outra pessoa. Pelo que sei, seu nome se aproxima de "Jkqxxllyuo".

    Isso me foi dito por um homem bastante desleixado na rua; se você ainda não percebeu, eu acabei de lhe contar.

-----------------

   Se você assistir a todos os Discurso sobre o Estado da União desde que foram filmados e disponibilizados em fita, verá que na metade — exatamente na metade — o Presidente sempre diz a mesma palavra. A maioria a diz baixinho durante as ovações de pé, mas alguns são forçados a inseri-la no próprio discurso.

    Qual é a palavra? Você não quer saber.

[Anônimo diz que é Peônia, um código da OTO usado para denotar um pedido de ajuda em aventuras na 8ª dimensão. Há uma flor para todas as onze dimensões.]

Nota: Discurso sobre o Estado da União (relatório apresentado anualmente pelo Presidente dos EUA)

-----------------

    Todas as músicas do "The Mars Volta" são tocadas ao contrário do que eles realmente tocaram. Ninguém sabe exatamente por que eles não conseguem tocar para frente, mas eles têm pelo menos 10 versões diferentes e mais cruas (rouguer versions) de cada música para tocar em seus shows, para não levantar suspeitas.

Nota: versão "áspera" de uma música, versão ainda não finalizada

-----------------

    Três em cada cinco pessoas, em algum momento da vida, acordarão em um beco sem se lembrar de como chegaram lá.

-----------------

    A loteria te dá um número de três dígitos e um número de quatro dígitos todos os dias, certo? O que mais tem sete dígitos divididos em três e depois quatro? Isso mesmo, é um número de telefone. A loteria é um oráculo telefônico. Quem estiver do outro lado da linha quando você ligar para esse número sabe algo que você precisa saber, embora às vezes possa ser difícil arrancar a profecia dessa pessoa. 
    Ajuda se você tiver um bilhete premiado, eu acho.

-----------------

    As ligações de Benjamin Franklin com sociedades secretas ocultistas são conhecidas há muito tempo. Em um documentário, o History Channel fala sobre seu envolvimento no Hellfire Club, uma sociedade secreta que realizava missas negras e orgias. Essas práticas bizarras e ocultas ainda ocorrem hoje em sociedades secretas como o Bohemian Club.

    Em 1998, operários que restauravam a casa de Franklin em Londres desenterraram os restos mortais de seis crianças e quatro adultos escondidos sob a casa. O London Times noticiou em 11 de fevereiro de 1998:

"As estimativas iniciais são de que os ossos tenham cerca de 200 anos e tenham sido enterrados na época em que Franklin morava na casa, que foi seu lar de 1757 a 1762 e de 1764 a 1775. A maioria dos ossos mostra sinais de ter sido dissecada, serrada ou cortada. Um crânio foi perfurado com vários furos. Paul Knapman, o legista de Westminster, disse ontem: "Não posso descartar totalmente a possibilidade de um crime. Ainda há a possibilidade de eu ter que abrir um inquérito."

-----------------

    Entre no Subway e diga ao atendente que você quer pedir o sanduíche que ele sempre desejou que um cliente pedisse. Ele, de forma rápida, discreta e sem expressão, preparará o sanduíche com diversos ingredientes. O sanduíche será a melhor coisa que você já provou. Isso só funciona uma vez por atendente. Se você pedir para fazerem de novo, ele não vai se lembrar de como. Se você tentar reconstruí-lo, não vai conseguir.

-----------------

    Uma sociedade secreta se reúne a cada três anos em um pequeno restaurante na Virgínia Ocidental.

    Para participar, você deve comparecer ao restaurante American Grill, localizado na cidade de Cricket, às 21h30 do dia 21 de setembro. O único uniforme é um sobretudo pesado e uma gravata verde.

    Peça um "prato de ovos com bacon e café". O garçom dirá que o cardápio do café da manhã não está disponível e responderá: "Bem, só o café então". Você poderá permanecer após o horário de encerramento da reunião.
    O encontro em si é um encontro de pensamentos e filosofias sobre a imortalidade. A sociedade se chama "O Método Socrático". Eles erguem suas canecas no início e no final da reunião e dizem "Morte a Sócrates".

    Há rumores de que um pouco de cicuta é adicionado à primeira xícara e um antídoto para a última.

-----------------

Fonte: https://web.archive.org/web/20111207000647/https://chanarchive.org/4chan/b/257/creepypasta#32093062

#creepypastas #4chan #creepypastasdo4chan #mistériosdo4chan #lendasurbanas #mensagenssubliminares #teoriasdaconspiração #curiosidades


quarta-feira, 30 de abril de 2025

Teoria da conspiração: Jhon F. Kennedy

  O assassinato de John F. Kennedy deu início a uma cadeia macabra que continua até hoje. Oswald matou Kennedy, Jack Ruby matou Oswald, isso nós sabemos. O que poucas pessoas sabem é até onde isso continuou depois disso.

  Em 1967, enquanto aguardava julgamento pelo assassinato de Lee Harvey Oswald, Ruby morreu no Hospital Parkland (local da morte de Oswald e JFK), alguns dizem que devido à negligência do médico que o supervisionava. Alguns anos depois, o mesmo médico morreu em um acidente de carro enquanto voltava para casa. O motorista do carro que o atingiu se recuperaria totalmente, embora os custos médicos o levassem à falência e o levassem a uma vida de crimes. Um dono de loja agindo em legítima defesa seria aquele que tiraria sua vida, e assim por diante.

  Poucos acompanharam a cadeia até agora, ou o quão longe de Dallas ela viajou, mas muitos acreditam que isto ainda continua. Não se sabe se tudo começou com Oswald e JFK, ou se talvez tenha ocorrido antes disso... revelando alguma transgressão desconhecida do passado do presidente Kennedy.

  Tenha cuidado.


--------------------


  Creepypasta descoberta em tópico do 4chan do dia 6 de julho de 2007.


#teoriadaconspiração #conspiração #jfk #teoriajfk #creepypasta

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Diz a lenda que, se você ficar cara a cara com seu sósia, isso é um presságio ou aviso de morte

  Diz a lenda que, se você ficar cara a cara com seu sósia, isso é um presságio ou aviso de morte — tanto para você quanto para seu gêmeo. Por isso, se vir uma réplica sua, corra para salvar sua vida. Se continuar vendo seu sósia, é provável que seus dias estejam contados, pois em breve você verá sua morte.

  Existem muitas histórias sobre encontros com sósias, nenhuma delas agradável. Muitas vezes, uma pessoa não vê seu próprio sósia, mas outra pessoa vê. Você consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo? Não, mas é uma sensação muito estranha quando alguém que te conhece muito bem insiste que te viu há apenas trinta minutos — e você não estava por perto. Imagine isso acontecendo repetidamente e você logo enlouquecerá.

  Daí o mito de que um sósia precederá a chegada da pessoa real. Muitas histórias que explicam suas experiências com essas aparições têm isso em comum. Talvez ele esteja um passo à sua frente?

  Alex enviou uma história convincente no ano passado, pouco antes do Halloween. Ele descreve alguns incidentes perturbadores, mas não tinha ideia da causa. A história foi editada apenas por questões gramaticais e publicada com o título "O Imitador do Cemitério" (disponível neste link). Lauryl escreve algumas semanas depois, afirmando que acredita que a história retrata encontros repetidos com um sósia.

  Então, sósias realmente existem ou é apenas uma lenda urbana assustadora? É improvável que você acredite se nunca teve uma experiência com uma. Se Alex realmente tem uma é apenas especulação. A história soa verdadeira, mas Alex provavelmente não corre perigo algum, pois não há provas sólidas de sósias ou de alguém que tenha encontrado a morte após ver a sua própria. De qualquer forma, a lenda continua viva.


----------------


  História publicada no 4chan em 6 de julho de 2007 por um usuário anônimo.


#thecemeterymimic #doppelgänger #sósia #mistériosdainternet #micropasta #creepypasta #4chan

quarta-feira, 16 de abril de 2025

O Imitador do Cemitério

  Há um cemitério profanado nos arredores de Ciudad Juárez, no México, a cidade onde nasci. Pessoas que não têm condições de pagar serviços funerários costumam enterrar seus entes queridos aqui. No México, não existe assistência médica para trabalhadores de baixa renda. Pessoas que vêm de fora da cidade não estão acostumadas com as constantes mudanças climáticas e, como consequência, muitas crianças morrem no inverno e acabam enterradas no antigo cemitério.

  Quando eu tinha uns dez anos, quatro amigos mais velhos e eu decidimos dar uma olhada. Caminhamos por horas e, quando finalmente chegamos, já estava quase escuro. Começamos a andar e nada parecia fora do lugar. O ar estava ficando muito pesado e ouvimos um barulho estranho vindo de uma árvore velha e podre. Ao nos aproximarmos, a árvore começou a tremer. Todos nós ficamos com muito medo e corremos. Mais tarde, descobrimos que era um dos nossos amigos pregando uma peça na gente.

  Estávamos rindo quando, de repente, o velho coveiro apareceu. Ele disse: "Rapazes, eu sei que vocês estão aqui só para se divertir, mas, por favor, entendam que coisas horríveis acontecem aqui! Eu moro naquela casa ali (a uns 30 metros do cemitério), e toda noite que aqueles punks do colégio vêm, bebem e fazem bagunça, coisas estranhas começam a acontecer. Da última vez, houveram vozes altas e alguém bateu na minha porta às 2 da manhã. Pensei que fossem aqueles punks, mas não havia ninguém lá. Estou muito cansado e gostaria muito de dormir esta noite, então, se vocês não têm nada para fazer aqui, por favor, saiam." Sentimos pena do pobre velhinho e fomos embora.

  Só voltamos àquele lugar quando eu tinha dezessete anos. Eu estava com meus amigos punks do ensino médio em uma caminhonete, procurando o antigo cemitério. Depois de dez anos, o lugar tinha mudado bastante e estávamos com dificuldade para encontrá-lo. A trilha estava molhada e lamacenta, e éramos tantos que a caminhonete atolou. Quando saímos da caminhonete, logo descobrimos que estávamos dentro do cemitério.

  Meu amigo deixou a caminhonete em ponto morto para que pudéssemos empurrá-la, quando de repente ela começou a se mover sozinha. Depois que vimos isso, ficamos com tanto medo que simplesmente entramos no veículo e partimos. Quando finalmente decidimos parar, notamos que a caminhonete estava manchada com pequenas marcas de pés e mãos por todo o corpo. Então, o coveiro apareceu e disse: "Eu me lembro de você, você não entende o que está acontecendo, entende? Os espíritos vão te perseguir por um longo tempo."

  Eu realmente não prestei muita atenção ao que ele disse até descobrir mais tarde que não havia nenhum coveiro lá há anos. Fiquei realmente apavorado quando meus amigos começaram a me dizer que eu parecia diferente. Disseram que me encontravam e que eu tinha um olhar perturbador e "maligno" nos olhos. O mais estranho é que eu nunca estava no local e na hora em que eles diziam que me viram.

  Um dos meus amigos disse que me perseguiu até um beco sem saída e que eu simplesmente desapareci sem deixar rastros. Até minha namorada disse que às vezes me via perto da casa dela, vestido de preto, com um olhar perturbador, quando na verdade eu estava bebendo em algum lugar, com outra pessoa.

  Minha irmã diz que de vez em quando me ouve quando chegando em casa e entrando na sala com a luz apagada. Ela me via deitado no sofá do outro lado do corredor e, de repente, eu começava a rasgar as roupas como um animal selvagem. Quando ela acendia a luz, não havia ninguém lá. Horas depois, eu chegava em casa, deixava as chaves na mesa e ia para o meu quarto. Tudo isso acontecia como se alguém, ou alguma coisa, estivesse me imitando — como uma sósia.

----------------------

  Esta história supostamente foi publicada em 2007 por um indivíduo chamado Alex. Ela foi referenciada em outra creepypasta, a qual falava sobre o mau presságio que recai sobre quem encontra o próprio sósia.

#thecemeterymimic #doppelgänger #lendasurbanas #4chan #misteriosdainternet

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Horror analógico e horror digital

    Horror analógico (ou analog horror) é um subgênero do terror que surgiu na internet e vêm ganhando espaço nos últimos anos. Trata-se principalmente de vídeos feitos para simular tecnologias analógicas, como fitas VHS e parabólica, a fim de gerar medo por meio de suas falhas, chuviscos, e baixa resolução. 
  Geralmente trazem uma história macabra de fundo que pode ser ambientada entre o final dos anos 70 e o começo dos anos 2000, e daí o motivo de tratarmos deste assunto. Afinal, a década de 2000 foi a transição do mundo analógico para o digital, sendo também cenário para contos de horror que se utilizem da estranheza e do mistério provocados por estes eletrônicos já desatualizados.
  Para que tenham uma ideia mais clara, o vídeo abaixo (créditos: VibingLeaf) ilustra bem a ideia, tratando-se da repaginada de uma antiga creepypasta com influências do formato VHS, algo bem comum para produções do gênero.


    Por outro lado, existe o horror digital. Este parte do mesmo princípio, mas se utilizando de tecnologias do começo da era digital, geralmente sendo ambientado nos anos 2000 ou no início da era digital. Os recursos incluem filmagens de câmera digital, DVDs, vídeos editados no Movie Maker do Windows XP, resolução 480p ou inferior, WordArt, entre outras características relacionadas.





quarta-feira, 2 de abril de 2025

Hachishakusama : TERROR Japonês


  Hachishakusama é uma personagem do folclore japonês. Trata-se uma mulher de 2,4 metros que gosta de aterrorizar crianças. Em 26 de agosto de 2008, um usuário chamado "VFtYjtRn0" escreveu um estranho relato no 2chan, fórum japonês, o qual envolve esta criatura.


---------------------------------------


  Esta história se passa há 10 anos, em 1998. A casa da família do meu pai ficava a pouco menos de duas horas de carro de onde morávamos, uma pequena vila cercada por terras agrícolas. Eu costumava ficar com meus avós durante as férias de verão e de inverno da escola, e eles sempre ficavam felizes em brincar comigo... mas a última vez que os visitei foi há mais de dez anos, quando eu ainda estava no terceiro ano do ensino médio. Era feriado de primavera e eu tinha sido convidado para visitar; e como o tempo estava bom, fui de bicicleta até a casa deles.

  Depois que cheguei lá, eu estava com um pouco de frio, então me estiquei por um momento em um lugar quente e ensolarado fora da estrada. Então ouvi algo estranho...

“Popo, Popoppo, Po, pop...” (onomatopeia japonesa, geralmente associada a golpes, socos)

  Não era um ruído mecânico. Parecia estranho... mas humano. Olhei em volta para ver de onde vinha o barulho e vi um chapéu branco espreitando por cima da cerca viva. O chapéu se moveu para uma abertura na cerca viva, quando pude ver que estava sendo usado por uma mulher com um vestido branco. Ela tinha que ser alta, afinal a cerca viva tinha mais de dois metros de altura. Antes que eu pudesse realmente pensar nisso, a mulher se foi, aparentemente desapareceu. O som estranho também se foi. No momento, eu apenas imaginei que a altura aparente da pessoa se devia ao uso de sapatos de salto muito altos ou que era um homem vestido como uma mulher. Estranho, mas era só isso.

  Um pouco mais tarde, enquanto tomava chá com meus avós, mencionei a pessoa estranha que tinha visto... mas quando citei o estranho barulho "po, po, po"; meus avós entraram em pânico. De repente, meu avô me encheu de perguntas: "quando você viu isso?!", "quanto mais alto que a cerca?!", "Ela VIU você?!". Respondi tão rápido quanto ele perguntou, então ele correu para o telefone no corredor, fechando a porta de correr para que eu não pudesse ouvir a chamada. O quarto ficou subitamente muito silencioso. Vovó sorriu um pouco, mas estava tremendo por algum motivo. Meu avô logo voltou e me disse que eu passaria a noite com eles. Tive que admitir que não entendi o motivo da confusão e perguntei o que havia de tão ruim na mulher estranha. O vô disse "Vovó pode te contar". Ele então olhou para ela e disse que ia encontrar alguém chamado "K-san" (Sr. ou Sra. K) e então foi embora.

  Com uma voz claramente trêmula ela disse: "Parece que Hachishakusama se interessou por você... mas não devemos nos preocupar. Vovô está tomando providências". A avó então me contou, aos poucos, que aquela mulher não era uma pessoa, mas uma espécie de monstro, chamada Hachishakusama por causa de sua altura... 8 shaku [pé japonês, cerca de 11,9 polegadas] de altura, então: "hachi" [8] "shaku" [pé] "sama" [pessoa]. Sua aparência podia mudar um pouco — às vezes jovem, às vezes velha — mas ela sempre seria anormalmente alta com uma uma risada sinistra... "Po Po Po".

  Uma vez que Hachishakusama se interessava por uma pessoa, ela era caçada até a morte em apenas alguns dias. A última vítima conhecida havia morrido quinze anos antes.

  Soube mais tarde que Hachishakusama supostamente estava presa em um santuário perto da vila, tendo sido selada por quatro estátuas de Jizo, uma divindade protetora de crianças, cada uma colocada ao norte, sul, leste e oeste da estrutura. A vila tinha algum tipo de acordo com as vilas vizinhas, no qual eles recebiam algumas vantagens para compensar o fato de que tinham que vigiar o monstro... por exemplo, eles tinham prioridade no uso da água. Como já fazia mais de uma dúzia de anos desde que a criatura matou alguém, me pergunto se os velhos nessas vilas achavam que ainda era um bom acordo.

  Na época, eu não conseguia acreditar no que estava sendo dito, é claro; mas então o vovô voltou com uma senhora muito velha. K-san, a qual me entregou um pequeno amuleto de papel e me disse para segurá-lo. Então ela e meu avô subiram as escadas. Enquanto eles estavam lá em cima, tentei ir até o banheiro... mas minha avó não me deixou ir sozinho, e ela insistiu em manter a porta aberta e de olho em mim enquanto eu usava as instalações. Foi quando comecei a realmente entender o quão séria meus avós achavam que a situação era.

  Logo fui levado para o andar de cima, para um quarto. A única janela estava coberta com jornal. Em cada canto havia uma pequena pilha de Morishio — sal sagrado — e eles também tinham montada uma pequena caixa de madeira com uma estátua de Buda. Disseram-me que eu teria que ficar no quarto até as sete horas da manhã seguinte, e que eu não poderia sair de jeito nenhum (eles me deram um balde, caso eu precisasse). O vô deixou claro que nem ele nem a vovó falariam comigo até as sete da manhã seguinte. K-san me disse para manter o amuleto comigo, e para rezar ao Buda se eu ficar assustado. 

  Eu tinha uma cama e uma TV no quarto. A vovó tinha deixado lanches para mim. Tentei assistir um pouco de TV, mas não consegui prestar atenção. Eu também não estava com fome. Então, eu apenas deitei na cama, enrolado nos lençóis, e finalmente adormeci porque a próxima coisa que eu lembro foi de acordar com um programa de TV tarde da noite. Meu relógio dizia que era por volta de 1 da manhã e eu estava ficando um pouco deprimido, pensando "que hora ótima para acordar", quando...

  “Tak Tak”

  Ouvi uma batida na janela.

  Não era como o som de galhos batendo na janela ou pedras sendo atiradas nela, parecia uma batida de mão, apesar do fato de eu estar no segundo andar. Senti o sangue drenando da minha cabeça e tentei desesperadamente me animar, dizendo a mim mesmo que era o vento pregando peças. Tomei um gole de chá, mas não ajudou. Então aumentei o volume da TV e me forcei a assistir. 

  Foi então que ouvi o vovô me chamando. "Ei, você está bem? Se você está realmente com medo, não precisa se esforçar, sabia?" 

  Corri instintivamente para a porta, mas no último momento me lembrei do que o vovô disse e me impedi de mover o lacre.

  O vô falou comigo novamente, dizendo: "O que você está fazendo? Você pode abrir agora". 

  Parecia o meu avô, mas de alguma forma, era diferente. Eu não conseguia dizer como, mas eu simplesmente sabia. 

  Quando olhei para a esquerda, um arrepio percorreu minha espinha — o sal estava escurecendo lentamente. 

  A voz do vovô continuou a ecoar na sala, mas ele só repetiu as mesmas falas: "Ei, você está bem? Se você está realmente com medo, não precisa se esforçar, sabe?", "O que você está fazendo? Pode abrir agora".

  Eu ainda esperava que fosse o vovô e não conseguia me mover da frente da porta quando as falas começaram a ficar distorcidas.

 "Ei, você está bem? Se você não precisa se esforçar, sabe?"

 "O ​​que você está? Pode abrir"

 “Ei, você está bem? Pode abrir se não tiver que se esforçar.”

 “Você está certo? Pode abrir se tiver que se esforçar”

 “Po”

  O som me fez correr direto para a figura de Buda, e eu segurei firmemente o amuleto enquanto orava desesperadamente.

  Quando comecei a orar, a voz aumentou, “Poppopo, po, popo…”, e as batidas na janela recomeçaram.

  Quando imaginei "aquilo" levantando a mão e batendo na janela, o medo tomou conta de mim, e eu estava meio chorando, meio rezando pelo resto da longa noite. Pareceu uma eternidade, mas inacreditavelmente, a manhã chegou, e quando finalmente me acalmei, o noticiário da manhã estava passando e a TV mostrava que eram 7:30. Não me lembro quando os sons pararam, então deduzi que de alguma forma adormeci ou perdi a consciência durante a noite. Quando me arrastei até o canto do quarto, vi que o sal tinha ficado quase completamente preto. 

  Tentei ignorar. Era muito persistente. Tomei um chá e um lanche, e aumentei o volume da TV para abafar as batidas. Então ouvi o vovô chamar do corredor: "Você está bem? Não tem problema sair se estiver com muito medo." Fui para a porta automaticamente, mas me contive quando me lembrei de quão insistente o vovô tinha sido para não falar comigo até as sete. Novamente o ouvi: "Está tudo bem, venha aqui." Eu queria que fosse a voz do meu avô... mas de alguma forma não era. De repente, fiquei arrepiado; então notei o sal no canto. Estava ficando mais escuro.

  Eu me abaixei na frente do Buda, segurando o amuleto com as duas mãos, e comecei a rezar por ajuda. “Popoppo, Po, Popo…” As batidas na janela começaram de novo, mais altas do que antes, mais insistentes. Então uma mão definitivamente bateu na janela… apesar do fato de eu estar no segundo andar. Eu fiz a única coisa que podia; continuei rezando para Buda.

  Foi uma noite longa. Realmente não me lembro de muita coisa além de rezar até ouvir as notícias na TV. Olhei para o lado e o relógio da manhã na tela do noticiário mostrou que eram 7h13.  As batidas pararam. A voz sumiu. O sal nos cantos estava quase preto. Abri a porta com cuidado. Vovó e K-san, ambas parecendo preocupadas, estavam lá. Minha avó, em lágrimas, me disse que as coisas ficariam bem.

  Lá embaixo, encontrei meu pai esperando. O avô chegou de fora, e precisávamos ir embora... lá fora, encontrei vários homens parados perto de uma van. O carro do meu avô estava na frente da van, e o do meu pai estava atrás. Eu estava sentado no meio da van com oito homens sentados ao meu redor; um de cada lado, e então três na frente e três atrás. Mais um homem sentou no banco do motorista, e K-san sentou no lado do passageiro da frente. Disseram-me para manter meus olhos fechados e meu rosto voltado para baixo. "Você é o único que pode ver Hachishakusama... não olhe para ela!"

  Nosso comboio começou, devagar no começo. Acho que não tínhamos viajado nem 20 quilômetros antes de K-san nos avisar que as coisas estavam prestes a ficar difíceis... então ela começou a cantar frases que soavam budistas. E então ouvi a risada de novo: " Poppopo, Po, pop, Popopo... " Agarrei o pingente no peito e mantive a cabeça baixa, mas não resisti a uma rápida espiada na janela.

  Um vestido branco surgiu na minha visão, e eu vi que "ela" estava se movendo com a van. Suas pernas longas permitiam que ele acompanhasse o ritmo, mas sua altura me impedia de ver seu rosto pela janela. Eu ainda estava olhando quando "ela" começou a se abaixar, tentando olhar para dentro da van.

   Ela me hipnotizou, e embora todos os alarmes do meu corpo estivessem disparando, eu não conseguia fechar os olhos.

   Ela estava se abaixando lentamente, e eu podia ver seus ombros e pescoço esguios que pareciam pertencer a uma mulher esguia. Ela se abaixou ainda mais, permitindo-me ver o topo de sua cabeça, e com o lindo cabelo preto sedoso, eu inacreditavelmente fiquei ansioso para ver seu rosto.

  Até que ela levantou a cabeça.

  Os olhos. Os dois buracos negros onde os olhos deveriam estar encheram minha mente de Medo.

  O medo era tão grande que meu corpo ficou entorpecido, ignorando completamente todos os sinais do meu cérebro para desviar o olhar.

  Seu rosto lentamente se aproximou da janela e, quando estava prestes a tocar no carro, o homem na casa dos cinquenta anos viu meus olhos abertos e gritou:

  “FECHE OS OLHOS AGORA MESMO”

  Embora ninguém mais pudesse ver Hachishakusama, todos ouviram o que aconteceu em seguida: as batidas. Não sei como, mas as batidas começaram em todas as janelas da van, todas ao mesmo tempo. Não sei quanto tempo duraram, mas, com o tempo, diminuíram. K-san também havia parado de cantar naquele momento e, finalmente, disse que sentia que agora estávamos seguros, então todos os carros pararam. Meu pai e meu avô agradeceram a todos os homens que ajudaram, os quais também eram da família. Vovô e K-san esperavam confundir Hachishakusama cercando-me com muitas pessoas da mesma linhagem. Por isso tive que passar a noite em casa, enquanto o vô reunia os parentes. Além disso, ele considerou mais seguro tentar escapar durante o dia do que à noite.

        K-san me pediu para mostrar a ela o amuleto que eu tinha esquecido que ainda estava segurando; ele tinha ficado quase todo preto. K-san comentou "deve estar tudo bem agora, mas só por precaução..."; e com isso ela me entregou um novo amuleto para segurar até eu chegar em casa. Meu dirigiu no restante do trajeto. Durante a viagem, ele me disse que um de seus amigos quando ele era jovem tinha sido levado por Hachishakusama. O vô e os vizinhos devolveram minha bicicleta mais tarde. Algum tempo depois, enquanto falava com meu avô pelo telefone, confirmei com ele que não era sua voz que ouvi do lado de fora do quarto naquela noite ( o que me arrepiou novamente ). Hachishakusama tem como alvo adolescentes e crianças...então se o monstro fala com a voz de um parente familiar, a vítima normalmente viria até ele de boa vontade.

  Como eu disse no começo, já faz mais de 10 anos que isso aconteceu, mas a história não terminou aí. Em vez disso, a história teve um epílogo horrível há pouco tempo. Minha avó ligou alguns dias atrás. (Vovô morreu há 2 anos, mas não me permitiram visitá-lo em seu último suspiro nem comparecer ao seu funeral)

   Ela me disse que "O jizou que foi usado para selar Hachishakusama foi quebrado por alguém (algo comum no Japão). Além disso, a estátua quebrada estava olhando para o leste, a direção da sua casa"

    Tento dizer a mim mesmo que tudo não passa de superstição, ouque  talvez tudo fosse apenas um sonho... mas às vezes ainda ouço aquela voz chamando: “ Popopo… ”


-------------------------------


Fonte:

https://awizardslibrary.com/your-stories/japanese-horror-stories-1/

#folclorejapones #horrorjapones #terrorjapones #2chan #2chanmisterios#cafevideo