quarta-feira, 5 de março de 2025

Lendas: Santa Josefa (parte 3)

    Nono episódio de "Cachoeira do Sul: Lendas e Mistérios", série do blog dedicada a trazer relatos misteriosos dos mais de 200 anos  desta cidade. Hoje, se finaliza a lenda de Santa Josefa, através de um rápido resumo das demais versões do relato e algumas curiosidades.

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    Como consta no Museu Municipal, Santa Josefa (originalmente chamada de Maria José) teria vivido na segunda metade do século XIX. E após muitos sofrimentos em vida, teria morrido de forma desconhecida. Existem oito versões principais para o ocorrido.

Versão 1: esta foi trazida na primeira postagem sobre Santa Josefa. Em resumo, a escrava teria reagido às importunações sexuais de seu patrão. Indignado, o mesmo a empurrou para um caldeirão cheio de gordura, usada para a produção de sabão. Josefa foi enterrada ainda viva.

Versão 2: esta foi trazida na segunda postagem. De acordo com o texto, ela teria morrido violentamente pelo patrão ao resistir a seus anseios amorosos. Com o passar dos dias, sangue teria jorrado de sua cova.

Versão 3: trata-se da mais conhecida versão. Nesta, ela foi levada para o pelourinho,  acusada de ter feito algo insignificante e não especificado nos arquivos do Museu Municipal. Anos depois de enterrada, sangue jorrava de seu local de descanso, e seu corpo se encontrava ainda intacto.

Versão 4:  o interesse amoroso do patrão pela escrava, despertou a ira da esposa do mesmo. Esta, então, ordenou que Josefa fosse açoitada até a morte. E assim foi feito. Tempos depois, um braço apareceu erguido na sepultura. Entretanto, o membro não pôde ser dobrado. De acordo com relatos dos mais antigos, seria a alma de Josefa bradando por justiça.




Versão 5: Josefa, que era babá do filho de seu senhor, descuidou-se e a criança levou um pequeno tombo. Apesar de não ter sido grave, o episódio foi suficiente irritar o pai do menino, fazendo com que ordenasse o açoite da escrava. Após as chicotadas, ela foi jogada em um formigueiro. Nele, faleceu, sem que as formigas tocassem o seu corpo.

Versão 6: Josefa, nos arredores da senzala, teria sido enforcada, e seus pés queimados. Razões desconhecidas.


Versão 7: Josefa teria morrido na época de Abolição da Escravatura. A fim de evitar possíveis punições relacionadas à Lei Áurea, os senhores decidiram transferir o corpo da escrava, enterrado na propriedade, para um cemitério. Ao abrirem a cova, o corpo permanecia intacto. Ainda assim foi transportado para o novo local. No entanto, misteriosamente o corpo retornou ao local em que havia sido originalmente sepultado.



Versão 8: Uma moeda de ouro, do patrão de Josefa, teria desaparecido repentinamente. O sumiço foi atribuído à escrava, que foi condenada à morte por chibatadas, mesmo alegando que não havia sido a responsável pelo suposto roubo. Tempos depois, a moeda reapareceu.

Versão 9: Com frequência, Josefa era queimada com cera quente por sua patroa. Numa ocasião, ela tentou dar um basta nisso. Desesperada, fugiu com o corpo em chamas. Não conseguindo ir longe, caiu no exato local onde hoje está localizada a Capela Nosso Senhor do Bom Fim (Capela de Josefa). Acabou por morrer carbonizada no meio do matagal.

Resumo e adaptação do texto de: Marcel Lovato

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    As desencontradas versões a respeito da história de Santa Josefa, tornaram praticamente inviável a sua canonização.
    Como curiosidade adicional, se pode citar o fato de que a equipe de caça-fantasmas do "Visão Paranormal", esteve na capela em sua passagem pela cidade em dezembro de 2012 (segundo link abaixo).




Fontes/Sugestões de acesso:
https://librumsite.wordpress.com/2016/06/16/josefa-uma-historia-de-fe/
https://www.youtube.com/watch?v=pLbp96PnL_k

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